Teatro da Boneca
A menina tinha os cabelos louros.
A boneca também.
A menina tinha os olhos castanhos.
Os da boneca eram azuis.
A menina gostava loucamente da boneca
A boneca ninguém sabe se gostava da menina.
Mas a menina morreu.
A boneca ficou.
Agora já ninguém sabe se a menina gosta da boneca.
E a boneca não cabe em nenhuma gaveta.
A boneca abre as tampas de todas as malas.
A boneca é maior que a presença de todas as coisas.
A boneca está em toda a parte.
A boneca enche a casa toda.
É preciso esconder a boneca.
É preciso que a boneca desapareça para sempre.
É preciso matar, é preciso enterrar a boneca.
A boneca.
A boneca.
Carlos Queirós
5 Comments:
gostei tantooooooooooooooo! mas o final é um bocado... um bocado... dramatico?? ai mas gostei
bjinhosssss
Olá,
eu sempre adorei bonecas e confesso que brinquei com elas até ser adolescente, adorava imaginar histórias com elas, vesti-las, etc. As bonecas fazem parte da minha infância feliz. Bjhs
O poema é muito bonito e a foto complementa-o mt bem...mas a dita perturba-me e o final do poema é MM perturbador...
Great site loved it alot, will come back and visit again.
»
I really enjoyed looking at your site, I found it very helpful indeed, keep up the good work.
»
Enviar um comentário
<< Home